Os atuais padrões de beleza, do corpo magro e definido, estão presentes em todo lado, seja na televisão, nas revistas ou até mesmo nas redes sociais. E muitas vezes estes padrões moldam o nosso próprio padrão de beleza e fazem-nos questionar o nosso corpo e individualidade.
Não que considere negativo termos celebridades ou influenciadores como exemplo, mas isto acaba por influenciar a nossa perceção daquilo que é real e não nos podemos comparar como se esse fosse o tipo “normal” de corpo, não existem corpos desenhados à mão. O que vemos todos os dias são pessoas muito maquilhadas, fotos trabalhadas, ângulos estudados e poses cuidadosamente pensadas. Inclusive, recentemente a Noruega aprovou uma legislação que obriga os influenciadores a sinalizarem as fotos editadas, em publicações patrocinadas, como forma de conter a dismorfia corporal.
Este é um fenómeno que também se verifica na plástica e na estética, mas desengane-se quem acha que existem corpos perfeitos, pois mesmo com o recurso a procedimentos e intervenções. Mesmo que a estética esteja a caminhar nesse sentido, é preciso ter consciência de que os corpos vão ser melhorados, mas que não ficarão perfeitos e não podemos diminuir-nos.
Principalmente nas pessoas mais jovens, que se encontram numa fase em que ainda estão a estabelecer os seus padrões de beleza, não se podem estar sempre a comparar e a querer ter curvas e contornos que, na verdade, ninguém tem.
Neste sentido, a estética e plástica são cada vez mais uma opção viável para quem procura melhorar algo que sente que não está tão bem em si e recuperar a sua autoestima. Contudo, é importante o médico compreender as motivações pelas quais se procura uma intervenção e dar o melhor aconselhamento possível. O papel do médico passa não só pela escolha adequada do procedimento ou da técnica, mas também pela gestão de expetativas.
Hoje em dia já existem várias ferramentas que permitem simular e dar uma ideia aos pacientes de qual será o resultado final, sendo que muitas vezes ao verem a imagem global até se apercebem de querem algo diferente. Bem como, muitas vezes também serve para mostrar que determinadas soluções podem não ser as mais adequadas para o tipo de corpo ou estrutura dos pacientes. Ainda assim, é preciso ter a consciência que são simulações e que servem apenas de guia para o resultado final. Não são uma garantia de um resultado, mas são ferramentas importantes para o paciente e o médico estejam alinhados.
Assim, se está a pensar fazer um procedimento estético ou plástico, fale com um médico/cirurgião, exponha as suas motivações e expetativas e em conjunto decidam qual o próximo passo a dar. Tudo se faz, desde que a motivação seja a certa e é esta a mensagem que tento passar nas minhas consultas.