Todos temos dias menos bons e, por vezes, o espelho torna-se um dos piores inimigos das nossas inseguranças. Para algumas pessoas, esta não é uma realidade constante, mas para outras estes são dias de grande angústia e desconforto. Neste sentido, a cirurgia plástica surge como uma solução para quem procura melhorar o que menos gosta na sua aparência física e sentir-se melhor e mais confiante.
Apesar de ser uma escolha pessoal válida, é importante reconhecer que pode existir um momento, no qual esta procura pela perfeição, se transforma numa obsessão. Aqui entramos na esfera do vício, que se manifesta, geralmente, através do perfecionismo extremo, comparações constantes com os outros e repetidos procedimentos estéticos. Atualmente, estima-se que 2% a 3% da população mundial apresentam o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), representando uma realidade preocupante que merece a nossa atenção.
O que é e como se manifesta?
TDC, ou comummente conhecido como “dismorfia corporal” é uma perturbação obsessiva-compulsiva, na qual a pessoa tem uma perceção distorcida e negativa do seu corpo. Estas pessoas têm preocupações constantes com a sua aparência, acreditando que os seus “defeitos” só podem ser corrigidos através de procedimentos cirúrgicos. Nos casos mais extremos, pode levar a alterações físicas drásticas devido a intervenções cirúrgicas, tendência para o isolamento social, distúrbios alimentares, entre outros.
Quais os perigos do vício?
O vício em cirurgia plástica não é apenas um problema do foro psicológico, como também pode ter sérias consequências físicas e emocionais. Alguns dos perigos incluem:
1 - Riscos cirúrgicos: quanto mais procedimentos são realizados, maior é a probabilidade de ter complicações, como infeções, cicatrizes excessivas e/ou danos nos tecidos;
2 - Resultados insatisfatórios: mesmo com múltiplas cirurgias, existe uma insatisfação permanente com os resultados, o que leva a uma baixa autoestima e desagrado com a aparência;
3 - Dificuldades financeiras: em casos extremos, a pessoa pode ficar com dificuldades financeiras, resultantes do contínuo investimento monetário em procedimentos estéticos.
É natural ter preocupações com o corpo, ter cuidados de beleza e recorrer a cirurgias estéticas para melhorar algumas características e enfatizar outras. No entanto, ainda que isolados, é importante manter o diálogo aberto e transparente no que diz respeito a estes casos mais extremos e procurar a ajuda certa.. Ainda ressaltar que, cultivar uma visão positiva de nós mesmos, valorizar e celebrar a diversidade corporal, é muito importante - ainda para mais nos dias que correm e com a influência que as redes sociais têm.